Alphabet, dona do Google, atinge US$ 3 trilhões em valor de mercado pela 1ª vez

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A Alphabet, controladora do Google, alcançou nesta segunda-feira (15), pela primeira vez, valor de mercado de US$ 3 trilhões (aproximadamente R$ 15 trilhões, na cotação atual), impulsionada pelo otimismo com a inteligência artificial e por uma decisão favorável em processo antitruste.
As ações de classe A da companhia subiam 3,6%, para US$ 249,10, enquanto as de classe C avançavam 3,4%, para US$ 249,50, ambas em níveis recordes.
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Com a alta desta segunda-feira, as ações da dona do Google acumulam alta superior a 32% no ano, o melhor desempenho entre as chamadas “Magnificent 7” e acima do ganho de 12,5% do S&P 500.
🔎 As “Magnificent 7” são sete gigantes da tecnologia — Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Nvidia, Meta e Tesla — que concentram grande parte da valorização do mercado de ações dos EUA.
A Alphabet se juntou a Apple e Microsoft ao atingir valor de mercado de US$ 3 trilhões, enquanto a fabricante de chips Nvidia, líder mundial em inteligência artificial, está avaliada em US$ 4,25 trilhões (R$ cerca de R$ 22 trilhões).
O impulso mais recente para a Alphabet veio de uma decisão de um tribunal dos EUA que permitiu à empresa manter o controle do navegador Chrome e do sistema operacional Android, cujo domínio nos setores de busca e dispositivos móveis há anos é alvo de rivais e autoridades antitruste.
Com isso, o Google não precisará vender o Chrome ou o Android, mas terá que compartilhar dados da busca com seus concorrentes, segundo a Justiça dos Estados Unidos.
A ordem também proíbe a empresa de firmar acordos de exclusividade que impeçam fabricantes de pré-instalarem serviços de concorrentes do Google em aparelhos como celulares.
A decisão encerrou uma batalha jurídica de cinco anos entre o Google e Departamento de Justiça dos EUA.
Em agosto de 2024, ele já tinha concluído que o Google violou a lei antitruste dos EUA para dominar o segmento de buscas e publicidade nos resultados de pesquisa, mas faltava a decisão sobre as medidas seriam tomadas pela empresa.
Em novembro, o Departamento recomendou a separação do Google e do Chrome para evitar o monopólio da empresa no setor de buscas.
Otimismo
Apesar de a decisão obrigar o Google a compartilhar alguns dados, o ponto mais importante para os investidores foi que a empresa não terá que abrir mão do Chrome nem do Android. Como essas plataformas são vistas como fundamentais para os negócios do Google, a notícia trouxe alívio ao mercado.
Além disso, a confiança dos investidores também cresceu após a unidade de computação em nuvem da Alphabet registrar alta de quase 32% na receita do segundo trimestre, superando as expectativas.
“Eles ainda dependem bastante das buscas, mas com o YouTube, a Waymo e outros projetos em desenvolvimento, os investidores começam a enxergar a Alphabet não apenas como uma empresa de busca, mas como um grupo que avança em várias frentes”, disse Dennis Dick, estrategista-chefe da Stock Trader Network.
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Reprodução/TV Globo