Ação do Banco Pan dispara com proposta do BTG Pactual para incorporar ações


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As ações do Banco Pan dispararam mais de 28% nesta terça-feira, para uma máxima desde setembro do ano passado, após o BTG Pactual propor a incorporação do banco no qual já detém 76,9%.
A oferta envolve troca de ações — 0,2128 unit do BTG Pactual para cada ação preferencial do Pan, o que implica um preço de R$10,07 por papel, equivalente a um prêmio superior a 30% sobre o preço de fechamento da segunda-feira.
Na visão de analistas do Bradesco BBI, o preço pago reflete expectativas de uma melhora substancial na eficiência operacional e no desempenho do Banco Pan.
Eles também analisaram que se trata de um próximo passo natural do BTG. “Vemos o banco seguindo com uma agenda focada na simplificação de sua estrutura, na adoção das melhores práticas operacionais do grupo e na redução dos custos de captação.”
Após a incorporação, que depende de aprovações regulatórias, o Pan será convertido em subsidiária integral indireta e sairá da bolsa, disse o BTG. O negócio envolve o Banco Sistema, também do BTG.
De acordo com analistas do UBS BB, tal oferta não foi uma surpresa. “Em certa medida, já era esperada pelo mercado”, afirmaram em relatório a clientes.
Em meados de agosto, em entrevista a jornalistas sobre o balanço do segundo trimestre, o CFO do BTG, Renato Cohn, disse que o banco sempre teve interesse em uma aquisição de ações do Pan em algum momento, mas que dependia muito do preço.
“Como negócio, vemos o Banco Pan tendo bastante sinergia com o BTG”, afirmou na ocasião.
Para a equipe do UBS BB, mesmo sem considerar sinergias com a incorporação, o negócio é neutro para o lucro por ação do BTG Pactual em 2026. “Também não esperamos um impacto relevante nos índices de capital do BTG Pactual.”
Por volta de 11h05, os papéis PN do Pan saltavam 26,36%, a R$9,73, após chegarem a R$9,87 na máxima até o momento (+28,18%). As units do BTG eram negociadas a R$46,38, queda de 1,97%.
O BTG Pactual entrou no Pan em 2011, quando comprou 51% das ações ordinárias do banco detidas então pelo Grupo Sílvio Santos — 37,6% do capital social. No mesmo ano, assinou com a Caixapar acordo de acionistas passando a compartilhar o controle do Pan.
Em 2021, a Caixapar alienou a totalidade de suas ações para o BTG, que passou a deter 71,7% do capital social do Pan e se tornou seu único controlador. O BTG ainda aumentaria sua participação para os atuais 76,9%.
Escritório do BTG Pactual, em São Paulo
BTG/Divulgação

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