Casa de câmbio Travelex volta ao básico após ataque hacker; Brasil não é afetado
Por Noor Zainab Hussain e Kirstin Ridley
LONDRES/SÃO PAULO (Reuters) – Funcionários da casa de câmbio Travelex estão usando papel e caneta para atenderem milhares de clientes depois que a companhia sofreu um ataque hacker que sequestrou o acesso a seu sistema global de computadores de troca de moedas.
A companhia, que também fornece serviços de câmbio para clientes de empresas como HSBC, Barclays (LON:BARC), Virgin Money e Tesco (LON:TSCO), afirmou na terça-feira que um vírus de computador identificado em 2 de janeiro faz parte do ataque.
No Brasil, o grupo Travelex Confidence informou que o vírus que atacou as redes da Travelex Global não afetou as operações da empresa no país. “Por fazer uso de sistemas independentes, tanto as operações como os clientes locais não foram impactados. Os sistemas do grupo no Brasil estão funcionando normalmente”, disse a companhia em comunicado.
A disseminação do vírus, que a Travelex afirmou que está contido, forçou a empresa a retirar do ar seus sistemas, causando um caos para clientes bem na época de comemorações do Ano Novo.
A empresa, que tem presença em mais de 70 países além do Brasil, tem atualmente capacidade para atender apenas clientes presenciais de suas 1.200 lojas espalhadas pelo mundo.
Uma investigação criminal liderada pela polícia metropolitana de Londres está em andamento.
A controladora da Travelex, Finablr, afirmou que os hackers usaram o ransomware Sodinokibi – mais conhecido como REvil – para codificar os dados dos clientes e permitir o acesso da empresa a eles apenas com o pagamento de resgate.
A Travelex afirmou que ainda não há evidência de que qualquer dado da companhia tenha sido roubado.
A Finablr processa mais de 150 milhões de transações por ano. As ações da companhia despencaram quase 20% nesta quarta-feira, após dois investidores venderem cerca de 72 milhões de dólares em ações da companhia de pagamentos.
A Travelex afirmou que está gradualmente restaurando uma série de sistemas internos e está trabalhando para retomar operações normais o mais rápido possível.
Nem a Finablr ou a Travelex informaram qualquer detalhe sobre os custos do ataque até agora, mas a Finablr disse que não espera sofrer qualquer impacto financeiro material.
“A quadrilha está supostamente cobrando resgate de 6 milhões de dólares e afirmou que o valor vai dobrar depois de dois dias”, disse o vice-presidente de cibersegurança da empresa britânica de serviços de internet Nominet, Stuart Reed.